domingo, 6 de julho de 2014

Reformulação da Zero Hora – entrevista com Luiz Adolfo


Entrevista sobre a reformulação da Zero Hora, com Luiz Adolfo


      *Considerando que, atualmente, o mundo está, mais do que nunca, na era digital, os meios de comunicação precisam estar constantemente atualizados. A partir deste fundamento, foram realizadas alterações no jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, no primeiro semestre de 2014. As mudanças foram feitas tanto no meio impresso quanto no meio digital (computadores, smartphones, tablets e outros), em comemoração aos 50 anos do Jornal.



      Em uma pequena entrevista para um artigo científico concedida à Joana Berwanger, Kamylla Lemos, Bibiana Garces e Giovana Fleck, Luiz Adolfo, o diretor executivo de Artes dos Jornais do Grupo RBS, falou um pouco sobre o processo da reformulação do jornal "Zero Hora". Confira: 

      Grupo: Quais foram as mudanças? 
      Luiz Adolfo: As principais mudanças da Zero Hora foram o projeto gráfico e no novo logotipo. Nós fizemos alguns ajustes editoriais: o jornal foi dividido em quatro grandes editorias: Notícias, Sua Vida, Esportes e Segundo caderno. Isso demandou uma reorganização do jornal do ponto de vista de confecção, edição e processos de produção. Paralelamente a essa mudança de atuação e de projeto editorial, renovamos o projeto gráfico do jornal, começando pelo novo logotipo.

      Grupo: Quais foram os motivos das mudanças?
      L.A.: Para assinalar o aniversário de 50 anos, nós pensamos em reformular o jornal, não só no papel, mas também o site. O principal fator foi a comemoração do aniversário e a busca da empresa por novos usuários e assinantes. Alguns anos atrás era muito difícil para uma equipe mexer em um jornal de um ponto de vista técnico. Não havia computador para realizar modificações há 30 ou 40 anos, o que tornava o processo muito mais trabalhoso. Agora, é possível, com recursos de computador e, logo, com facilidade, mudar o projeto gráfico de um jornal em 3 ou em 9 meses – como nós mudamos.

      Grupo: Como foi o feedback do público?
      L.A.: Depois que o novo modelo do jornal saiu, nós entrevistávamos diariamente pessoas por telefone. A “ZH” tem um call center que vende assinaturas, logo, está sempre ligando para as pessoas vendendo assinaturas e está sempre, também, pesquisando. Um assinante escolhido aleatoriamente recebe uma ligação e opina sobre a edição do dia. Esse call center dialoga com as pessoas que reclamam, explicando as mudanças, e, assim, não se teve muito cancelamento de assinaturas, mas, de fato, algumas ocorreram. 
      Através dessa pesquisa se perguntava, também, o que se achou da nova "ZH". Cerca de um mês depois, nós tivemos cerca de 70% de aprovação e 30% de não aprovação. A maior parte das pessoas que não aprovou, estranharam o visual do jornal, que mudou bastante – desde o logotipo até as cores – e o remanejamento de algumas sessões.

      *A “Zero Hora” manteve, ao longo de sua história, uma imagem clássica e conservadora; tornando-se a grande publicação gaúcha, reconhecida nacional e internacionalmente, e virando ponto de referência para muitos outros jornais. Porém, para poder seguir seu caminho de conquistas, o jornal precisa de um diferencial que atraia as novas gerações e mantenha a fidelidade seu público leal. 

      *Com o intuito de sair de sua zona de conforto e explorar novos caminhos, a Zero Hora executou diversas modificações – desde as editorias até o seu logo ¬–, para poder reinventar-se tanto no meio impresso quanto no digital. 

      *A mudança foi positiva, já que receberam um retorno de 70% de aprovação, além de aumento significativo de assinaturas e visitações no site. Isso mostra como o jornalismo tende a ganhar adequando-se às novas gerações e tecnologias, e sem perder a sua essência: transmitir informações com qualidade e veracidade.

      Texto por Joana Berwanger
*Parágrafos extraídos do artigo elaborado para a cadeira de "Introdução à Metedologia da Pesquisa em Comunicação"
Entrevista concedida em 10 de junho de 2014, PUCRS – FAMECOS.

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